sábado, 9 de outubro de 2010



o vento hoje estava indeciso na sua direcção, andava as voltas parecendo querer brincar comigo, deixei-me levar pela brincadeira, dei-lhe os meu braços entregando-me de corpo e alma, quis sentir o que era ser leve, uma experiencia única, levei cerca de minutos a chegar a praia, dirigi-me ao mar. As ondas eram enormes, tocando na areia com uma brutalidade inexplicável fazendo ele arrastar-se até perto de mim, ergui-me e andei cerca de 10 passos, cuidadosamente toquei na areia molhada, um grande arrepio tomou conta do meu corpo, fiquei quase sem forças, assustado arrastei-me para as dunas dando tempo para respirar e tirar conclusões sobre o que se tinha passado, sugeri ser frio, o vento estava mais forte, não tinha a mesma intensidade de antes, algo estava estranho, de repente olhei para o mar, mesmo lá ao fundo no horizonte um escuro imenso estava para vir, o meu coração encolheu, o meu suspiro foi curto, pensamentos apoderaram-se da minha mente, a saudade, a palavra
"Antes" eram as mais faladas, fiquei sobre uma neblina enorme, queria sair dali a correr, ao mesmo tempo metade de mim queria ser levada, não tendo forças, até que tudo parou! Nada se movia a minha volta, senti-me só, os meus olhos não aguentaram tanta pressão e uma lágrima escorreu o meu rosto,multiplicando-se, levando as minhas mãos espalha-las, dando a elas um fim…
Deitei-me sobre a areia, aconchegando-me no meu casaco, quis permanecer ali uns bons instantes, quase adormeci sobre o som das ondas, o seu ritmo repetitivo deixou-me sem forças quais queres, cerrei os olhos, respirei e disse: “ o quanto é bom ter alguém do nosso lado, é nestes momentos que precisamos de um abraço seguro e de um olhar compreendedor, poder aconchegar o nosso inocente corpo, sentir um alivio, um alivio de não estar sozinho e poder enfrentar tudo e todos ao lado daquela pessoa.”. De olhos cerrados, uma brisa tocou sobre a minha face fazendo-me acordar, sacudi o meu casaco retirando a areia, vesti-o e segui a trajectória contrária a qual me dirigia, não quis voltar atrás quero um novo caminho algo que não me faça sentir só...

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